terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O SUSSURRO DO GRANDE ESPÍRITO.



O Espírito da Terra trepidou no vale do meu coração.
Eu evoquei meu animal sagrado de poder
e o Gorila surgiu...
E na Terra eu dancei,
meu chakra cardíaco se expandiu e amou...

O Espírito da água lavou as entranhas da minha voz.
Eu evoquei meu animal sagrado de cura
e a Águia surgiu...
E na Água eu mergulhei,
meu laríngeo abençoou e cantou a canção da alma...

O Espírito do Fogo queimou as tolices do meu ego.
Eu evoquei meu animal sagrado de sabedoria
e o Urso Pardo surgiu...
E na fogueira eu me aqueci e me consolei,
meu chakra frontal SE enxergou, ME enxergou, e questionou...

E o Espírito do Vento soprou no vale de meu coração.
Eu evoquei meu animal sagrado espiritual
e a Raposa surgiu...
E no Prhana eu meditei,
meu chakra coronário transcendeu, sentiu, descobriu e calou.

Uma fração de tempo melancólica se seguiu.
Era a reflexão do meu coração.
Circunspectos, eles me olhavam, 
o Gorila, a Águia, o Urso e a Raposa.
Se posicionavam nos quatro cantos cardeais.

Eu me levantei a mirar a abóbada celeste
ergui os braços qual as asas da Águia
como quem ameaça alçar vôo dentro do coração do Grande Espírito,
que a milênios sussurra em minha consciência.
Eu cantei...

cantei e dancei louvando a natureza,
dancei e sorri dando graças.
o Gorila gritava, como quem cantava comigo
minha coluna brilhou e um funil de luz me uniu ao cosmos
pelo alto da minha cabeça.

A natureza me ungiu em cura eterna
e a Raposa se aproximou...
Ia e voltava em ritmo, exaltando a lealdade.
Meus passos dançantes pulsavam com ela,
e uivávamos juntos.

E o Urso me ensinou cautela e discrição.
Postei as mãos rente a testa de olhos fechados,
e a raposa lambeu meu rosto.
Ela me ensinou a flexibilidade do aprender a aprender,
me disse para cometer apenas erros novos e evitar os antigos.

E com respeito a natureza e humildade, dançando,
cantando e orando,
eu, a Raposa,  o Urso, o Gorila e a Águia evocamos os elementais.
Antes, pedimos a licença e a presença dos Devas Solares.

o Gorila evocou os Gnomos da Terra,
o Urso evocou as Ondinas da Água,
a Raposa evocou as Salamandras do Fogo,
e a Águia evocou os Silfos do Ar.
Eu evoquei Walkan-Tanka, o Grande Espírito, a presença no céu de nossos corações.

Uma reverência espontânea e infinita se instalou.
Os olhares daqueles seres extrafísicos se miravam
com as virtudes e potenciais dos olhares dos seres arquétipos
plasmados em minha realidade.

E nossos olhares serernos se entrecruzavam naquela profunda reverência, 
e todos éramos um só no céu e terra do coração do Grande Imanente
que nos enviou um sábio Xamã.
Um único amor inefável nos unia, 
e ficamos ali até o anoitecer em volta da fogueira
dançando e cantando...

E o Sábio Xamã falou:

"O conhecimento penetra na mente que se abre,
mas só a experiência pousa no coração que sente.
O conhecer pode cegar o coração, 
mas só a experiência real do coração que sente
é capaz de abrir as janelas profundas da mente.
Assim, a arrogância serve para quem 'tudo sabe', mas
 nada sente."

E naquele Xamã eu via os olhos do mundo e o coração da humanidade.
Vi nele os Pretos Velhos, os Pais fraternos, os Mestres Carinhosos, os Avatares, 
as mães amorosas, os irmãos cuidadosos,
vi o seio de Gaia, vi o verde das montanhas, o fogo dos vulcões e
a água das nascentes.

Ele já havia queimado as tolices do seu ego há muito tempo
e dedicava sua vida aos viajantes sinceros que se empenham
na autotransformação,
tal qual a lagarta, que se transforma em borboleta.

Em seus olhos, eu ví meus olhos.





Ahow!!

domingo, 12 de dezembro de 2010


"Eu sou o grito de toda a vida 
que alcança o mistério 
da verdadeira consciência. 
Eu sou o eterno.
O agora da criação. 
Eu sou o espaço, 
através do qual viaja o tempo. 
Através de mim você experimenta 
o dom da reflexão, esperança 
e sabedoria e assim 
você poderá conhecer a si mesmo. 
Conhecer-se como criador e criatura, 
menor que um grão de poeira 
e tão grande quanto 
o Deus que você louva." 
Xamã Archie Fire Lamer Deer

Guerreiros da Luz

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O GUERREIRO DA LUZ

O guerreiro da luz sabe que cada batalha contém os ensinamentos que o levarão à conquista da próxima. Sabe que pequenas conquistas levam a grandes vitórias. Também sabe que a perda de uma luta não significa a perda da guerra.
O guerreiro da luz é impenetrável. Suas manobras não podem ser desveladas pela astúcia inimiga. Seus movimentos não podem ser preditos, cada passo que o conduz é original, assim, vence sem dar assalto, sem desembainhar a espada e sem subestimar o adversário. Simplesmente se apodera de um Reino do qual já é o Senhor.
O guerreiro da luz eterna sabe que o caminho que o homem trilha nesta vida é o mesmo, apenas a direção é que revela a essência da sua busca. Sabe que é isso o que diferencia o homem do HOMEM e a escala de evolução que ele trilha. 

Todo guerreiro da luz já ficou com medo de entrar em combate.


Todo guerreiro da luz já traiu e mentiu no passado.

Todo guerreiro da luz já perdeu a fé no futuro.

Todo guerreiro da luz já trilhou um caminho que não era o dele.

Todo guerreiro da luz já sofreu por coisas sem importância.

Todo guerreiro da luz já achou que não era guerreiro da luz.

Todo guerreiro da luz já falhou em suas obrigações espirituais.

Todo guerreiro da luz já disse sim quando queria dizer não.

Todo guerreiro da luz já feriu alguém que amava.

Por isso é um guerreiro da luz: passou por tudo isso, e não perdeu a esperança de ser melhor do que é.


Algum dia, tuas frágeis mãos poderão perceber quão fortes são as ações por elas praticadas.